Astrologia
Encontro-me, no momento, sentado numa sanita às voltas com algumas inquietações. Depois dos acontecimentos das últimas semanas, e expostas as circunstâncias em que me encontro, acredito que estejam já a conjecturar que irei escrever sobre política. Não, não vou... Mas irei dissertar sobre visionários de quase tão grande calibre: Os astrólogos.
Para além do computador que tenho sobre as pernas – a tecnologia permite-nos registar todos os desassossegos, mesmo os surgidos nos mais recônditos lugares! -, encontro, num armário mesmo a meu lado, uma série de revistas e jornais do dia e da semana – o dono desta casa de banho é dado a este tipo de leituras.
Poupo-vos os detalhes do lugar que é comum e avanço já para a abertura da primeira revista, na secção dos horóscopos. Aqui está:
“Um novo amor poderá surgir em sua vida. Não se descuide e observe mais os que o rodeiam”. – A primeira aproximação está a correr-me bem, há que referi-lo. Boas conjecturas, dados novos para chocar e chocalhar com a rotineira miséria humana. Fico calmo e, qual fanchonho, na tentativa de atestar o prognóstico, arrisco abrir a revista seguinte, na mesma secção: “O momento não é o ideal para novas aventuras pois a lua está em quartil com o sol. Não arrisque por enquanto até que nova conjugação lhe seja mais favorável”. – Ó diabo!, em que é que ficamos? Salto ou não salto? Risco ou não risco?
Tendo em conta as posições antagónicas daquilo que aqui me estão a destinar, aventuro-me na abertura de um jornal, para desempatar. Quero sair de cima desta sanita com a minha vida perfeitamente definida. Oriento, assim, a minha atenção para a descrição do dia para o meu signo: “Os nativos de escorpião poderão atravessar uma fase de algumas dificuldades financeiras. Cuidado, seja moderado nos gastos!”. - Mau!, todos estes prognósticos estão a ser demasiado enigmáticos para mim. Das duas uma, ou os astrólogos andam a ler astros diferentes ou então sou um atrasado mental que não entende patavina de tão ilustres descrições! Mantenho a calma - em cima de uma sanita não nos adianta ficar nervosos. Releio as previsões e ponho-me numa posição reflexiva (lembram-se da estátua “O Pensador” de Rodin, em que ele apresenta um filósofo sentado com a mão a segurar o queixo, pensativo? Pois é, ele como eu encontrava-se carregado de sincera preocupação e profunda reflexão sobre o seu destino. Ou muito me engano ou o filósofo da escultura estava sentado no mesmo objecto em que agora me encontro. Mais não digo para não gerar celeuma no mundo intelectual.) e, reflecti - sem falar, como fazem os espelhos, ao contrário de algumas pessoas que falam sem reflectir.
Dez minutos depois chego à conclusão que afinal até é fácil. Afinal os antas dos astrólogos até têm uma certa razão, senão vejamos: Por um lado, um novo amor poderá surgir na minha vida, por outro, o momento não é ideal para novas aventuras, por último, os nativos de escorpião poderão atravessar uma fase de algumas dificuldades financeiras. Onde está a lógica disto tudo, onde está? Está-se mesmo a ver... Austeridade financeira e mulheres nunca foram de compatibilização possível. É claro que se embarcar numa aventura que envolva mulheres vou passar por dificuldades financeiras. Simples não?
Para além do computador que tenho sobre as pernas – a tecnologia permite-nos registar todos os desassossegos, mesmo os surgidos nos mais recônditos lugares! -, encontro, num armário mesmo a meu lado, uma série de revistas e jornais do dia e da semana – o dono desta casa de banho é dado a este tipo de leituras.
Poupo-vos os detalhes do lugar que é comum e avanço já para a abertura da primeira revista, na secção dos horóscopos. Aqui está:
“Um novo amor poderá surgir em sua vida. Não se descuide e observe mais os que o rodeiam”. – A primeira aproximação está a correr-me bem, há que referi-lo. Boas conjecturas, dados novos para chocar e chocalhar com a rotineira miséria humana. Fico calmo e, qual fanchonho, na tentativa de atestar o prognóstico, arrisco abrir a revista seguinte, na mesma secção: “O momento não é o ideal para novas aventuras pois a lua está em quartil com o sol. Não arrisque por enquanto até que nova conjugação lhe seja mais favorável”. – Ó diabo!, em que é que ficamos? Salto ou não salto? Risco ou não risco?
Tendo em conta as posições antagónicas daquilo que aqui me estão a destinar, aventuro-me na abertura de um jornal, para desempatar. Quero sair de cima desta sanita com a minha vida perfeitamente definida. Oriento, assim, a minha atenção para a descrição do dia para o meu signo: “Os nativos de escorpião poderão atravessar uma fase de algumas dificuldades financeiras. Cuidado, seja moderado nos gastos!”. - Mau!, todos estes prognósticos estão a ser demasiado enigmáticos para mim. Das duas uma, ou os astrólogos andam a ler astros diferentes ou então sou um atrasado mental que não entende patavina de tão ilustres descrições! Mantenho a calma - em cima de uma sanita não nos adianta ficar nervosos. Releio as previsões e ponho-me numa posição reflexiva (lembram-se da estátua “O Pensador” de Rodin, em que ele apresenta um filósofo sentado com a mão a segurar o queixo, pensativo? Pois é, ele como eu encontrava-se carregado de sincera preocupação e profunda reflexão sobre o seu destino. Ou muito me engano ou o filósofo da escultura estava sentado no mesmo objecto em que agora me encontro. Mais não digo para não gerar celeuma no mundo intelectual.) e, reflecti - sem falar, como fazem os espelhos, ao contrário de algumas pessoas que falam sem reflectir.
Dez minutos depois chego à conclusão que afinal até é fácil. Afinal os antas dos astrólogos até têm uma certa razão, senão vejamos: Por um lado, um novo amor poderá surgir na minha vida, por outro, o momento não é ideal para novas aventuras, por último, os nativos de escorpião poderão atravessar uma fase de algumas dificuldades financeiras. Onde está a lógica disto tudo, onde está? Está-se mesmo a ver... Austeridade financeira e mulheres nunca foram de compatibilização possível. É claro que se embarcar numa aventura que envolva mulheres vou passar por dificuldades financeiras. Simples não?
É caso para dizer: Que vivam todos os visionários que têm a medonha capacidade de nos fazer sonhar!
2 Bocas:
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J'aussi crois que la lune provoque les marées ;-))
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